Bem-aventurados os pés que levam a paz, anunciando o nosso Deus, que é Amor, Misericórdia, Ternura, Compaixão e também Justiça.
No final do mês da Bíblia e início do mês Missionário, nossa Diocese foi surpreendida por uma tragédia. Na noite de 26 para 27 de setembro, o nosso amado irmão e amigo, Pe. Evaldo Guedes Martiol, foi assassinado. Sim, mataram mais um irmão... Quanta violência!
Atualmente, o Pe. Evaldo exercia o ministério sacerdotal em Caçador. Era Vigário Paroquial da Catedral São Francisco de Assis, padroeiro da nossa Diocese, cuja memória celebramos no dia 4 de outubro.
Natural de Timbó Grande-SC, Pe. Evaldo foi ordenado sacerdote em 2003. Com a idade de Cristo, após ter celebrado a Eucaristia no sábado à noite, e ter jantado numa família, como sempre fazia, voltando para a casa paroquial, deu carona para dois jovens, os quais o assassinaram friamente. Muitas vozes ouvi, dizendo que foram pessoas mandadas. Cabe à polícia, juntamente com o ministério público, investigar. Não descarto esta idéia... Todos sabem que existem pessoas que mandam matar e vão chorar no velório...
Seu velório reuniu milhares de pessoas, manifestando o carinho que tinham por ele, um sacerdote de uma alma grande, de uma bondade a toda prova. Pe. Evaldo deixava transparecer para todas as pessoas, sem exceção, o amor de Deus que se desdobrava em gestos de acolhida fraterna, misericordiosa...
O principal carisma do Pe. Evaldo era evangelizar através da amizade e do diálogo sinceros. As famílias eram seu templo predileto. Sempre tinha um momento para estar na casa de alguém. As lideranças eram assiduamente visitadas e, por isso mesmo, sempre valorizadas e alentadas para a missão generosa na comunidade de fé. As pessoas enfermas e sofridas estavam sempre presentes nas suas visitas abençoadas. Sacerdote, a exemplo de Jesus, entrava em todas as casas com a mesma postura de um pastor que ama incondicionalmente, sem preconceitos...
Jamais ouvi este filho amado, que comigo também morou, criticar negativamente a ninguém. Quando não podia dizer bem de uma pessoa, preferia o silêncio, como quem levava a sério as palavras de Jesus: “Atire a primeira pedra quem não tiver pecado”.
Evidente que meu coração de Bispo está muito dolorido com este triste acontecimento. Perdoo os seus algozes e com toda confiança a minha alma espera no Senhor, como o vigia pela aurora.
Já ofereci o martírio deste amado filho pela santificação dos sacerdotes do mundo inteiro, neste ano sacerdotal, instituído pelo Papa Bento XVI. Também tenho certeza que, como Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira das missões, o Pe. Evaldo vai passar o céu fazendo o bem na terra, para que cesse a violência e vigorem os relacionamentos fraternos e respeitosos entre todas as pessoas.
Tenho certeza que seu sangue derramado vai fazer florescer famílias mais santas, especialmente neste tempo, em que nossa Diocese tem como prioridade a evangelização das famílias, para que se tornem santuários de vida e fé, por um mundo melhor.
Pe. Evaldo, obrigado pelo seu testemunho de generosidade. Você sempre esteve disposto a fazer a vontade de Deus e aceitava com carinho, mesmo em meio a sofrimentos, as transferências, para colaborar nas necessidades desta Igreja Diocesana.
Deus lhe pague com a feliz eternidade. Não se esqueça de nós e até o céu!